Pois é, a saga do ordenado mínimo continua!
Passos Coelho (PM) explicou ontem as razões porque considera que não pode aumentar o ordenado mínimo nacional.
Na minha crítica anterior que fiz sobre o assunto, ele o PM, disse que a medida mais sensata para combater o desemprego era baixar o salário mínimo nacional mas como não o podia fazer tendo em conta que o ordenado mínimo está muito próximo do limiar da pobreza, e como não o podia fazer, então não ia fazer. Eu como também já disse que de facto dá ideia que ele não tem nenhuma medida de luta contra o desemprego, não tem nada de nada! Agora vem explicar outra coisa, que é um pouco diferente, que está contra a subida do salário mínimo.
1º ponto- O salário mínimo português é o mais baixo da zona euro, 485€, muito inferior ao grego, espanhol ou da irlandês por exemplo. 2º ponto. Segundo o acordo assinado em 2006, o salário mínimo em 2011 tinha de ser de 500€, não foi, está congelado desde 2011. 3º ponto- os custos unitários que tem haver com os custos dos ordenados, segundo fontes oficiais, esses custos nos últimos 2 anos desceram 20% e não é por isso que nós crescemos em competitividade e em produtividade, portanto, demonstra que para além do empobrecimento e para além dos ordenados baixos, há problemas de facto que não têm nada haver com os aspectos referidos acima. Já o presidente da republica tinah dito, não é com salários baixos que se combate o desemprego ou a recessão
Indo agora às razões invocadas pelo PM. Ele vem dizer duas coisas. Vem dizer primeiro que subir o salário mínimo seria uma barreira contra o desemprego. Não percebo porquê. O desemprego está a subir meteoricamente, sobe a cada 3 meses, não há forma de atenuar em que todas as previsões apontam para uma subida do desemprego, não só para 2013 com também para 2014. Neste momento não há barreira nenhuma contra o desemprego e não era isto que iria ser a barreira. Segundo, o PM fala dos custos para as empresas. Bom, e quais sãos esses custos ? isso ele não explica nada, é que nós não sabemos! Toda a gente está a falar nesses custos. Pergunto eu, mas há algum estudo feito sobre isso?? Alguém tem dados sobre isso?
Hoje dei-me ao trabalho de ir consultar os dados disponíveis sobre essa matéria para além de estarem desactualizados em questões de salário mínimo, não é muito significativo para os custos das empresas. Os últimos estudos apontavam na ordem de 1% de sobrecustos. Portanto eu gostava que o PM viesse explicar quais são esses sobrecustos e porque não o pode fazer. O PM tem de explicar!
Curiosamente, esta questão está a ser levantada quando o salário minimo está a ser discutido na concertação social com o ministro da economia. Portanto, temos um PM na Holanda a explicar que não vai haver subida do salário mínimo e temos o ministro da Economia a discutir com os parceiros sociais a subida do ordenado mínimo. E com uma particularidade, é que os custos não devem ser assim tão grandes porque os patrões estão de acordo ( as entidades sindicais defendem esse aumento e os patrões estão abertos a discutir a questão). Eu não vejo que se houvesse assim tantos sobrecustos para as empresas, nomeadamente o o presidente da CIP (confederação das industrias portuguesas) estivesse disposto a iniciar uma conversa sobre isso. O que torna a coisa surrealista! Em sintaxe nós temos um ministro na concertação social a discutir a subida do ordenado mínimo e temos o PM a dizer que não vai aumenta-lo. Pergunto eu. Mas para que serve a reunião da concertação social?? O que é que o Ministro da Economia está lá a fazer?? Isto não faz qualquer sentido. Só mostra a descoordenação absoluta e a forma enviesada como este governo comunica. Estas reuniões da concertação social estão se a transformar numa grande palhaçada.
No fundo, esta crise, é também, não só o financiamento mas a questão do investimento e a questão da procura interna. Eu já disse e volto a dizer, por mais financiamento que haja e aparentemente não há porque os juros são muito altos. Eles dizem '' ah mas não há procura'' não há porque os juros são altos, se fossem mais baixos iria haver mais procura dahhhh. Mas o financiamento pouco serve se as pessoas não comprarem os produtos que são financiados. è uma lógica elementar meus caros!! É natural que o empobrecimento generalizado da população portuguesa não só no salário mínimo mas também noutros sectores como nos cortes, na carga fiscal, etc. É evidente que isto leva à contracção da procura interna que depois leva por sua vez, a que as receitas fiscais não batam certas e que o défice também não bata certo. Não é por acaso que nós tivemos este ano um orçamento que durou um mês em vigor, ao final do mês estava de pantanas, em que nenhumas previsões batiam certo, nomeadamente a do défice.
Penso que no fundo o governo não tem nenhuma estratégia, não tem coordenação e tem um PM que está isoladissimo com o Ministro das finanças e o ministro da economia é um verbo de encher.
Sem comentários:
Enviar um comentário